À mesa com Carolina Daudt
Antoine de Saint-Exupéry: encantamento nos céus (Foto: Reprodução)
# A versatilidade de Dona Carolina Corrêa Daudt se manifestava tanto nos cuidados com os jardins de suas mansões, na Avenida Independência e na Rua Coronel Marcos, na Zona Sul, então ocupada por residências de veraneio, na dedicação à culinária e ainda na atenção às empresas da família.
# Seu requinte na culinária se evidenciava num evento anual da Sociedade Germânia que reunia um grupo de sócias na sede da Praça Júlio de Castilhos – então instalada num suntuoso prédio art nouveau, para apresentarem mesas e cardápios que eram analisados por uma comissão com direito a escolha das mais categorizadas. Para uma destas ocasiões, Dona Carolina preparou-se fazendo um curso de culinária na Suíça. O item que lhe garantiu destaque impar foi um prato com um faisão desossado e montado inteiro numa grande travessa, ocupando o principal espaço na mesa de banquete.
Faisão: refinamento da alta culinária europeia (Foto: Reprodução)
# Comentar suas recepções na morada da Avenida Independência seria refazer um capítulo especial da vida mundana do princípio do século XX. Portanto, vou mencionar um dos mais consagrados personagens que passaram por lá: Antoine Saint-Exupéry, o aviador e escritor. Ele pilotava os aviões de correios da França e cruzou inúmeras vezes o céu do nosso continente na rota Rio de Janeiro – Buenos Aires. Amigo de Alfredo Corrêa Daudt, igualmente dedicado à aviação, esteve na residência dos Daudt numa das tantas viagens. Aliás, alguns dos relatos de Saint-Exupéry mencionam suas observações sobre o panorama do céu nas tantas noites que sobrevoou o Sul do Brasil.