Arte Negra: poder e emoção
A artista Preta Mina realizou a primeira performance durante a abertura da mostra “Presença Negra no MARGS” (Foto: Dani Barcellos/especial)
# A potente voz da artista Preta Mina proporcionou forte emoção ao ecoar na monumental entrada do museu iniciando, na manhã do último sábado (dia 14), a mostra Presença Negra no MARGS. A performance “Agô” , termo iorubá que, no âmbito da mostra, simboliza um pedido de licença para refletirmos sobre questões que pulsam para o sistema das artes no Rio Grande do Sul.
Intitulada “Agô”, o termo iorubá significa “pedir licença ou permissão” (Foto: Dani Barcellos/especial)
A segunda performance intitulou-se “Arriada” (fluxo reparatório), da artista Rita Léndè (Foto: Dani Barcellos/especial)
# Outro tanto de comoção foi proporcionada pela apresentação da artista Rita Léndè intitulada “Arriada (fluxo reparatório)”.
Rita Léndè, com sua performance, questiona por meio de estereótipos jorrados no corpo das pessoas negras, especificamente mulheres negras, questões relacionadas ao racismo-genderizado, a fetichização, hipersexualização e coisificação de suas figuras pretas femininas e preteridas no território brasileiro (Foto: Dani Barcellos/especial)
# O diretor do MARGS, Francisco Dalcol, e a secretária de Cultura do Estado, Beatriz Araujo, apresentaram a mostra juntamente com os curadores Igor Simões e Izis Abreu, contando com a assistência de Caroline Ferreira.
Paulo Abenzrragh junto a um dos seus trabalhos (Foto: Dani Barcellos/especial)
# A extensa mostra conta com 200 obras aproximadamente, de diversas coleções e procedências, reunindo cerca de 70 artistas entre históricos e atuantes. Um dos destaques é Deusa Nimba. A escultura secular da deusa africana teve sua descoberta no Estado do RS revelada em 2018 e pertence ao município de Santo Ângelo. Localizada pelo Núcleo de Estudos em Cultura Afro-Brasileira e Indígena (Neabi) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), e identificada em uma pesquisa que durou 2 anos pela equipe que conta com o professor Edison Hüttner. A Deusa Nimba é a primeira a ser encontrada no Brasil e tem ligação com a tradição religiosa cultuada pelas etnias Baga e Nalu, presentes nas repúblicas da Guiné e da Guiné-Bissau desde o século 15 e que chegaram ao Rio Grande do Sul no século 17.
Paulo Corrêa apresenta suas pinturas (Foto: Dani Barcellos/especial)
# Entre os trabalhos que evidenciam criatividade e humor, “Grana Preta” está sendo comentada. Uma visita com bom tempo permite admirar o amplo acervo reunido. A mostra continua até o mês de agosto.
Làura Schirmer e Juliano Martins dos Santos estiveram na abertura da mostra (Foto: Dani Barcellos/especial)
Paulo Abenzrragh recebeu cumprimentos de Fernando Baril e Marco Abreu (Foto: Dani Barcellos/especial)