Bahia: etnia e espiritualidade
Um dos impactantes registros de Verger que estampa um de seus livros (Foto: Divulgação)
# O fotógrafo francês Pierre Verger está sendo relembrado com uma exposição no Instituto Tomie Ohtake , em São Paulo. A mostra “Pierre Verger: Percursos e Memórias” continua até 21 de novembro e proporciona conhecer o olhar de Verger nas religiões afro-brasileiras e seus cultos de que participam a população negra da Bahia. Igualmente, está sendo relançado seu livro “Fluxo e Refluxo”, com tradução de Tasso Gadzanis, pela Cia. das Letras.
Pierre Verger: fotógrafo e etnólogo autodidata franco-brasileiro (Foto: Divulgação)
Capa do livro “Verger: um retrato em preto e branco” (Foto: Divulgação)
# Verger esteve duas vezes em Porto Alegre participando das duas edições da “Semana Afro Brasileira” nos anos 1982-83, convidado por Ângela Baldino, coordenadora dos eventos. Ângela havia trabalhado com Verger em Salvador e colaborou nas edições dos livros, entre outros os “Orixás”, lançados por ele.
O livro supracitado apresenta um registro em que Verger está acompanhado por Nancy, Carybé, Enéas Guerra e Ângela Baldino, organizadora do evento 1ª Semana Afro-Brasileira, em Porto Alegre, no ano de 1982 (Foto: Divulgação)
“O Brasil de Pierre Verger” e “Orixás”, trabalhos icônicos do fotógrafo (Foto: Divulgação)
# Verger teve convivência com o Carlos Galvão Krebs, conhecido estudioso das religiões afro-brasileiras em Porto Alegre. Carlos defendia a pureza dos cultos gaúchos que nunca estiveram associados às visitas de turistas nem outras manifestações menos ortodoxas. Não chegaram a desentendimentos, mas se Verger ficou conhecendo o ponto de vista de Carlos, seguramente não endossou. Era entusiasta da exuberância, colorido e grande efeitos dos cultos baianos.
# Ainda relembrando meu amigo Carlos Galvão Krebs, um dos seus relatos especiais é a respeito do personagem conhecido como o Príncipe, pois se dizia descendente da nobreza de um país africano. Exerceu liderança na religião e em seus seguidores. Vivia no Arraial da Baroneza e sua história merece ser conhecida.
“Retratos da Bahia – 1946 a 1952” (Foto: Divulgação)