Centenário do Palácio Piratini
O secular Palácio Piratini, sede do governo gaúcho (Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini/Divulgação)
# Os 100 anos do Palácio Piratini terão uma cerimônia celebrando a data do dia 17 de maio, quando o governador Eduardo Leite receberá somente os ex-governadores numa das alas do palácio. A festividade será restrita em função da pandemia e não como estava previsto.
Grades artisticamente trabalhadas vieram da Europa (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
# O palácio teve sua construção iniciada pelo governador Carlos Barbosa, contando com o arquiteto francês Mauricio Gras. Sua conclusão coube ao governador Borges de Medeiros. O projeto teve influência neoclássica, inspirado, segundo alguns pesquisadores, no Petit Trianon, de Versailles. Para marcar a entrada principal e embelezar o pátio interno, entre as alas governamental e residencial, Gras encomendou ao artista francês Paul Landowski, o mesmo artista que criou o Cristo Redentor do Corcovado, no Rio de Janeiro, três esculturas. As que representam a Agricultura e a Indústria estão na fachada principal, colocadas sobre pedestais entre as três portas externas, conforme inclinação do Positivismo gaúcho em exaltar, através da estatuária fachadista, atividades econômicas que aludiam ao progresso. No centro do jardim, que separa as duas alas palacianas, está o grupo escultórico "A Primavera".
A grande escada em metal cinzelado e belas luminárias (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
No detalhe: o corrimão com trabalho requintado (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
O governador Eduardo Leite recebeu a obra sobre o Palácio Piratini no início de seu governo. Juntamente com Elias da Rosa, tive oportunidade de conversar a respeito do centenário do palácio, antes o início da pandemia (Foto: Equipe de Sérgio Martins/Divulgação)
# Juntamente com Elias da Rosa, coordenei a obra Palácio Piratini – História Arquitetura e Arte na Sede do governo do Rio Grande do Sul. Os textos de Luiz Antonio de Assis Brasil, Gunter Weimer e meus foram completados com fotos de Luiz Eduardo Achutti, resultando numa bela e completa edição a respeito da categorizada edificação, que registra momentos históricos do Estado e do Brasil.
Capa do livro em homenagem ao Piratini (Foto: Alexandre Heckler/especial)
Os cuidados com a execução das aberturas em madeira mostram o esmero dos acabamentos (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
O visual da catedral através das colunas (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
A torre da Catedral Nossa Senhora Mãe de Deus reflete nas janelas do palácio (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
# Entre os meus relatos a respeito da vida palaciana, recordo um diálogo do “coronel” Valzumiro Dutra, líder político de Palmeira das Missões, e o governador Borges de Medeiros. Ao chegar ao palácio, o coronel Valzumiro Dutra cumprimentou o governador Borges de Medeiros, que respondeu dizendo “Coronel, não gostei das últimas mortes”, Valzumiro respondeu “Então, doutor Borges, é bom sinal. O senhor gostou das primeiras”, Borges retrucou dizendo “Coronel, no exercício do direito, eu só temo a Deus”. Valzumiro, que era ateu, respondeu: “Então, governador, eu nem a Deus temo, porque não creio”. O diálogo simboliza o gaúcho de então, não se acovardando, porque tem a nobreza rude, que não se deixa abater, intimidar ou atemorizar pela imponência do ambiente.
Uma das esculturas de Paul Landowski completa o espaço entre as duas alas do palácio (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
A ala residencial revela o esmero da obra iniciada no princípio do século XX (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)
Arte em metal: o brasão do Estado em uma das entradas (Foto: Luiz Eduardo Achutti/Divulgação)