Chet Baker: gênio controverso

O grande trompetista americano morreu em 1988 (Foto: Divulgação)
# Meus músicos preferidos são Miles Davis, Chet Baker e Blosson Dearie. Na última segunda-feira (dia 23), o lendário músico americano Chet Baker estaria fazendo 95 anos. Nascido em Oklahoma no ano de 1929, mudou-se no final dos anos 1930 para Los Angeles, quando começou a estudar teoria musical. Baker sempre foi influenciado por seu pai guitarrista de quem herdou a paixão pela música.
O jovem Chet Baker: esplendor antes da decadência (Foto: Divulgação)
# Ainda jovem, começou a integrar grupos de renome da música americana da época. Os seus primeiros trabalhos foram com a Vido Musso's Band e com Stan Getz. Porém, só conheceu o sucesso depois do convite de Charlie Parker (Bird), em 1951, para uma série de apresentações na Costa Oeste dos Estados Unidos. Os especialistas dividem a vasta obra do músico em duas etapas: a fase cool, do início da sua carreira, mais ligada ao virtuosismo jazzístico, e a outra, a partir de 1957, quando a sensibilidade na interpretação se torna ainda mais evidente.
# O seu glorioso trajeto na música não lhe rendeu uma vida segura, afastada de problemas. Em função do envolvimento com drogas, especialmente com a heroína. Durante as crises de abstinência, que eram monitoradas por médicos, usava metadona. Chet foi preso muitas vezes e chegou a ser espancado por não ter pago uma dívida com a compra de drogas. Este episódio teria lhe rendido a perda de vários dentes.
Chet Baker, Miles Davis e Rolf Ericson no Lighthouse Cafe, Califórnia, em 1953 (Foto: Divulgação)
# O álbum Late Night Jazz foi gravado três meses antes da sua morte. O trompetista americano caiu da janela do seu quarto, num hotel de Amsterdã, em 1988. Aliás, é muito obscura a causa de sua queda. O disco é controverso pela presença do poeta norueguês Jan Erik Vold, que arrisca algumas interpretações experimentais nesse disco como cantor. Há quem considere os seus vocais deslocados, irritantes e desafinados.