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Combinando sonhos e objetivos

Elias Procópio Duarte: amor pelos Galgos Italianos (Foto: Divulgação)

# Elias Procópio Duarte Jr., do signo de Áries, é mineiro de Belo Horizonte, mas mora em Curitiba há mais de 30 anos. A criação de Italians Greyhounds me aproximou de Elias. Ele é criador igualmente e tornou-se prestigiado expert na cinofilia, desenvolvendo uma carreira como juiz de exposições caninas. Divido seu currículo em duas etapas. A primeira parte é a respeito de sua trajetória na cinofilia.

# Elias Procópio Duarte Júnior é criador de Italian Greyhounds no seu Canil do Reino há mais de 20 anos. Entretanto, seu interesse pelos galguinhos começou muito antes, nos anos 1980. Na época, era proprietário da raça Cocker Spaniel Inglês, tendo treinado, apresentado e fechado o campeonato em 1982 da sua Ch. El Retiro's Lucilla, Cocker Spaniel Inglesa dourada. Naquele momento, o engenheiro Marcelo Andrade Neves, de Belo Horizonte, tinha acabado de importar 9 galguinhos dos EUA para o Brasil, com a assistência do grande handler Flávio Werneck. Aqueles cães causaram fascínio no jovem Elias, mas entre o sonho e o início da criação se passaram 20 anos, dedicados à construção da carreira profissional.

# Para sintetizar os 21 anos do Canil do Reino: atingiu a marca de 30 campeões (incluindo propriedade e/ou criação, incluindo co-), entre estes, um título em destaque: é o da Am. Ch. Peonya do BR Reino, exportada para os Estados Unidos, primeiro galguinho brasileiro a fechar o campeonato norte-americano, ganhando o ranking owner-handled do AKC de 2012, inclusive com Best In Show nesta categoria. Já exportou também para a Itália, o país considerado oficialmente a origem da raça, onde o cão Cícero do BRReino tem tido grande sucesso como reprodutor, com filhotes vencendo em exposições na própria Itália e em diversos países. Outro êxito do canil: ter exportado a Ch. Arg. Ljla do BR Reino para o Canil Newcastle da Argentina, um dos pilares da raça na América Latina. É interessante ver como a linha de sangue vai se espalhando.Hoje, há cães descendentes do canil de Elias em outros países como Rússia, Colômbia, Espanha, Finlândia, Israel, Canadá, além do berço da cinofilia, a Inglaterra.
# Uma vitória muito especial no Brasil é ter conquistado o primeiro BIS adulto da história da raça no país, concedido em 2010 pelo árbitro José Luiz Vasconcelos ao pet BIS Multi-BJIS Ch. F./J. Gr. Ch. Br./Pan.Ch. Int. Dorotka do BR Reino. Os principais resultados nos rankings indicam Elias como criador número 1 da raça no país, ranking CBKC em 2020 e 2019. Destaco a participação contínua nas exposições desde o ano 2000. Elias sempre treina e apresenta seus cães. Nestes 21 anos, foram apenas 11 ninhadas no total.

# A carreira de árbitro da CBKC/FCI se iniciou com a aprovação nas provas iniciais em 2007, sendo atualmente árbitro do Grupo 10 (Galgos e Assemelhados - desde 2009), do Grupo 6 (Sabujos e Assemelhados - desde 2011), do Grupo 8 (Retrievers, Levantadores e Cães D'Água - desde 2014) e do Grupo 1 (Pastores e Boiadeiros, Exceto os Suíços - desde 2017). Já julgou em 9 estados brasileiros, incluindo o Distrito Federal e EUA.

# A trajetória na Ciência da Computação tornou-se igualmente incomum. É professor titular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor de Ciências Exatas, Departamento de Informática. Foi contratado pela UFPR em 1991, com título de Mestre pela Universidade Politécnica de Madrid, Espanha (1991), além de Bacharel e Mestre em Ciência da Computação pela UFMG (1987/1991). Já como professor da UFPR, realizou o Doutorado em Ciência da Computação pelo Tokyo Institute of Technology (Japão, 1997). Em duas ocasiões (2005 e 2009) atuou como Professor Visitante da Tohoku University, Japão; antes (1997) foi Pesquisador Visitante na University of California at Irvine (EUA). Na UFPR, entre outros cargos, foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Informática (2006-2008), tendo liderado o processo de criação do primeiro Doutorado público do estado do Paraná em Ciência da Computação. A lista de cargos assumidos em órgãos diversos inclui Diretor do Laboratório Nacional de Redes de Computadores (LARC, 2010-2012) e Membro do Conselho de Administração da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP, 2012-2016). Seus principais interesses de pesquisa incluem redes de computadores e sistemas distribuídos, com ênfase em tolerância a falhas e algoritmos. Até o momento, o professor coordenou/participou de cerca de 20 projetos formais de pesquisa, nacionais e internacionais com financiamento oficial. Foram mais de 250 artigos publicados em alguns dos principais veículos de suas áreas de atuação. Destacam-se as atuações na coordenação de 25 eventos, a participação em mais de 180 comitês de programa, além de diversos corpos editoriais, atualmente Associate Editor dos periódicos Computing (Springer) e IEEE Transactions on Dependable and Secure Computing. Até o momento foram 130 trabalhos orientados defendidos, nos níveis de doutorado, mestrado, especialização (pós-graduação lato sensu) e graduação. O número de participações em bancas de defesa de trabalhos de pós-graduação stricto sensu (Doutorado e Mestrado, Qualificação de Doutorado) como orientador ou convidado se aproxima de 170. Pesquisador de Produtividade do CNPq desde 1999, Nível 1 desde 2012. O Prof. Elias é Membro da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e Senior Member do Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE).

Questionário Proust

1. Qual o aspecto mais marcante de sua personalidade?

– Acredito que sou um conciliador e muito, muito prático. Estas características têm um lado bom: elas vêm me permitindo há décadas fazer muitas coisas e tudo ao mesmo tempo. Mas têm também um lado ruim: às vezes a gente vai deixando para trás outras coisas para as quais poderíamos (deveríamos?) ter dado mais atenção...

2. Qual sua principal característica?

– Talvez a persistência? Não desisto fácil dos meus sonhos e objetivos. Mais uma vez, lados bom e ruim. Lado bom: conseguir atingir muitos objetivos legais. Lado ruim: perder muito tempo com objetivos que, quando realizados, percebemos que talvez não tenham valido tanto esforço assim.

3. Qual seu passatempo favorito?

– Adoro ler. Adoro escrever. Adoro os animais. Entre muitas outras coisas.

4. Se não fosse você, quem gostaria de ser?

– Pensei no Dalai Lama, que me passa uma imagem de profunda paz interior, mas com alegria. Depois lembrei dos problemas políticos sérios do Tibete, e das responsabilidades dele, fiquei em dúvida se é boa escolha. Melhor ser eu mesmo.

5. Onde gostaria de morar?

– No litoral, junto ao mar. Na pandemia pude realizar este sonho.

6. Qual sua cor favorita?

– Laranja.

7. Quem são seus escritores favoritos?

– Sou bastante eclético no que leio. Fico impressionado como os gregos antigos, como Platão e Eurípedes, às vezes soam como alguém falando agora, ali do outro lado da rua, apesar de terem escrito há mais de 2.500 anos. Mas gosto dos modernos também, para citar um brasileiro que tenho lido e adorado: Luiz Alfredo Garcia-Roza.

8. Quem são seus compositores favoritos?

– São muitos, mas vou de Bach e Tom Jobim.

9. Quem são seus heróis na vida real?

– Aqueles que persistem na busca da excelência. Me fascinam e inspiram.

10. Que talento você mais queria ter?

– Sem dúvida, a voz para cantar.

11. Qual é seu estado de espírito atual?

– No meio de um turbilhão de tarefas pendentes e sendo executadas: estou em paz.

12. Qual é seu lema?

– Força! Vamos em frente!

13. Na sua atividade, o que te proporciona maior motivação?

– Completar um trabalho bem feito, perfeito.

14. Qual seria a maior realização em seu trabalho?

– Chegar a resultados que representem contribuições significativas e que sejam reconhecidos como tal.

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Elias também atua com maestria na área de Ciência da Computação (Foto: Divulgação)