Dama da Noite
Régine Choukroun comandou a noite em vários países (Foto: Reprodução)
# Régine Choukroun, belga de ascendência israelita, morreu neste domingo (dia 1º) aos 92 anos em Paris, a cidade em que reinou por três décadas com suas discotecas. Não foi só na capital francesa que comandou a noite. Sua discoteca no Hotel Meridien, do Rio de Janeiro, foi o centro da movimentação do café society durante as décadas de 1970/80.
# Os modismos da década de 1970, como sair à noite de shorts de couro para dançar, foi uma das características marcantes do Regine’s, de Paris. Na pista da discoteca, dançavam Lucia Curia, com quem fui a primeira vez na casa noturna, Marisa Berenson e a embaixatriz Glorinha Paranaguá, cuja beleza fazia sucesso. Entrar no Regine’s não era para qualquer um. O garçom Luciano, entre outros funcionários que conheciam os habituées, fazia a seleção na porta. Tornou-se o queridinho do mulherio granfino que queria entrar sem espera... Por isso mesmo, era premiado com beijinhos na entrada.
# No Rio de Janeiro, Régine dominou de saída e manteve seu cetro, conquistando amizade com todo mundo de prestígio. Ela era alegre, inteligente e maneirosa... como comprovou numa ocasião em sua boate carioca.
# Angela Diniz, que abandonara o colunista Ibrahim Sued para viver um romance com o boa pinta Doca Street, surgiu no Regine’s na noite do dia 27 de dezembro de 1976, retornando de sua fuga romântica com Doca, que estava em sua companhia juntamente com Gilda Sarmanho, ex-esposa do embaixador Walder Lima Sarmanho. Brindavam numa mesa de pista quando entrou o colunista Ibrahim Sued, que batia ponto na casa todas as noites. O clima ficou elétrico e o jornalista carioca, que não era nada calmo, ameaçou entrar em ação. Régine soube contornar a situação com sua habilidade. Três dias mais tarde, o romance virou tragédia com Doca matando Angela Diniz.
# Recentemente, Régine confessou que as discotecas foram o seu trabalho principal e que durante muito tempo cantar foi um passatempo. Mas, reconhecia nos últimos tempos, que suas atuações como cantora foi o mais importante de sua vida. Proporcionou muita alegria em várias latitudes para muita gente.
Marina Montini, Régine Choukroun, Sula Nahas e Naji Nahas no Carnaval de 1983 (Foto: Reprodução)