Em busca da criatividade e dos hábitos gaúchos
Ricardo da Silva Mayer apresentando seu livro (Foto: Gisele Teixeira/Divulgação)
# Ricardo da Silva Mayer, graduado em Comunicação Visual pela Universidade Federal de Santa Maria - UFSM em 1989. Atua como designer gráfico e de embalagens há mais de 30 anos. Especialista em Gestão Estratégica de Embalagem pela ESPM, Escola Superior de Propaganda e Marketing, São Paulo em 2008. Especialista em Engenharia de Embalagem pelo Instituto Mauá de Tecnologia, São Caetano do Sul (SP) em 2012. Lecionou nos cursos de Moda do Instituto Europeu de Design de São Paulo e de Design de Produto da Universidade Franciscana em Santa Maria (RS). Professor voluntário na Pós-graduação em Design de Superfície da UFSM. Mestre em Patrimônio Cultural pela UFSM em 2018, dedica-se à pesquisa da cultura material do Rio Grande do Sul, em especial às bombas e demais artefatos para consumo do chimarrão. Como fruto de sua pesquisa no mestrado, concebeu a exposição Bombas de Chimarrão: Expressões de Identidades Culturais, apresentada em diversos museus e espaços culturais do Estado em 2019, incluindo o Museu Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Autor do livro Bombas de Chimarrão: Origens, Tradição e Cotidiano, com edição própria através de financiamento coletivo, lançado em novembro de 2021.
# O sol em Libra traz uma eterna busca por harmonia, equilíbrio e beleza. O ascendente em Gêmeos gera interesse por coisas díspares. Essas influências ressaltam o preciosismo estético e um olhar curioso que compõem a identidade do designer santa-mariense Ricardo da Silva Mayer.
# Durante os 16 anos em que passou distante dos pampas, Ricardo também acabou se afastando das vivências que tanto faz o nosso povo ser tema recorrente de músicos e escritores. Mas, assim que retornou para Santa Maria, voltou seu olhar, agora mais apurado, para as artes e ofícios do gaúcho, a prataria, as facas, o chimarrão e o legado das Missões Jesuíticas.
# A respeito de sua obra vale acrescentar: trata-se de uma das mais completas pesquisas sobre o assunto. Evidencia, igualmente, a arte dos prateiros gaúchos, que merece outro estudo resgatando o atraente trabalho, que tende a desaparecer.
Ricardo da Silva Mayer (Foto: Marcia Pilar/Divulgação)
Questionário de Marcel Proust
1. Qual o aspecto mais marcante de sua personalidade?
– Sarcasmo, dizem as más línguas.
2. Qual sua principal característica?
– Um olhar aguçado, dizem as boas línguas.
3. Qual seu passatempo favorito?
– Pesquisar. Sobre coisas relevantes ou sobre qualquer bobagem.
4. Se não fosse você, quem gostaria de ser?
– Procuraria ajuda especializada para voltar a ser eu.
5. Onde gostaria de morar?
– Em um país onde pessoas não precisem remexer nas lixeiras em busca de comida. Acredito que isso aconteça nos próximos anos sem que eu tenha que fazer as malas.
6. Qual sua cor favorita?
– Pantone 3262C, aquela cor que uns chamam de verde e outros chamam de azul.
7. Quem são seus escritores favoritos?
– Gosto da crueza de Nelson Rodrigues e das divagações de Clarice Lispector. Nada a ver um com o outro. Mas há uns 10 anos as pesquisas têm tomado o lugar da literatura. Ler testemunhos do século XVIII sobre as Missões é fascinante.
8. Quem são seus compositores favoritos?
– Aprecio o silêncio. Sou predominantemente visual. Talvez não tenham sobrado neurônios para os outros sentidos.
9. Quem são seus heróis na vida real?
– Heróis são necessariamente imaginários. Por isso, precisamos do bronze e do mármore e, mais recentemente, de fotografias excessivamente manipuladas.
10. Que talento você mais queria ter?
– O de fazer amigos e influenciar pessoas. Mas nem li o livro!
11. Qual é seu estado de espírito atual?
– "Posso estar offline para me concentrar. Manda mensagem."
12. Qual é seu lema?
– "Quando eu faço chá, eu faço chá. Quando eu faço água, eu faço água."
13. Na sua atividade, o que te proporciona maior motivação?
– Fazer algo melhor do que já fiz. Sem o autodesafio nada acontece. Mas também é estressante.
14. Qual seria a maior realização em seu trabalho?
– Já que não tive filhos e as árvores que plantei foram cortadas, deixar um legado duradouro com o livro que publiquei e com algo mais que venha a fazer.
Ricardo da Silva Mayer: sensibilidade e determinação (Foto: Marcia Pilar/Divulgação)