Gênios da sétima arte
O cineasta Orson Welles (Foto: Reprodução)
# Aventura do astro: o cineasta Orson Welles esteve no Brasil há 80 anos para filmar o Carnaval. O episódio integraria um longa-metragem sobre a América Latina, encomendado pelo governo norte-americano. Depois de seis meses de festas no Rio de Janeiro e com o orçamento estourado, o filme já custava mais do que o famoso Cidadão Kane e foi cancelado pelo estúdio. A Folha da Noite, de São Paulo, registrou sua chegada na edição de 9 de fevereiro de 1942.
Pôster do longa “Monsieur Verdoux” (Foto: Reprodução)
# A genialidade de Orson Welles se manifesta inclusive com o que deixou de concluir entre seus muitos planos de filmagem. Os bastidores de Monsieur Verdoux envolvem igualmente o diretor de Cidadã Kane (1941). Foi Orson Welles quem originalmente escreveu um roteiro, para que Chaplin o protagonizasse, baseado na história real do serial killer francês Henri Désiré Landru, conhecido como Barba Azul, responsável por aplicar golpes em mulheres viúvas, assassinando-as para se apossar de seus bens, no início do século XX.
# No fim das contas, Chaplin acabou comprando o roteiro de Welles, modificando-o para narrar a trajetória de Henri Verdoux. Marcando o início de sua ruptura com Hollywood - por motivos essencialmente políticos – o longa representou também uma virada artística para Chaplin, que finalmente abandonava por completo a figura do vagabundo, Carlitos, por ele imortalizada. Concordo com o diretor Jean Renoir, que em seu livro a respeito de Charles Chaplin, menciona Monsieur Verdoux como um dos melhores filmes da história do cinema.