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IA: válida ou não?

Paula Ramos comentou a respeito da IA (Foto: Pedro Antônio Heinrich/Banco de imagens)

# Um assunto movimentou o final de semana no setor das artes: no último dia 10, um dia após ter anunciado os semifinalistas ao Prêmio Jabuti, a Câmara Brasileira do Livro retirou a indicação de “Frankenstein”, editado pelo Clube de Literatura Clássica. Isso porque o clássico de Mary Shelley, um dos dez selecionados na categoria “ilustração”, teve elementos gráficos desenvolvidos por Inteligência Artificial, o Midjourney. Comentando o fato em redes sociais, o designer Vicente Pessôa, responsável pela concepção gráfica do livro, anunciou que se trata da primeira edição ilustrada da obra, em nível mundial, a ter as imagens concebidas por IA. E se mostrou surpreso com a desclassificação, inclusive porque, no edital, não constava qualquer proibição quando ao uso dessa ferramenta, adotada como qualquer outra para a realização de um trabalho de arte.

# Paula Ramos, professora do Instituto de Artes da UFRGS e dedicada, entre outros, a pesquisar ilustração, diz que o uso da IA veio para ficar. “É uma ferramenta como várias outras. Evidentemente, ela nos coloca diante de uma reflexão sobre autoria, mas isso também estava nos debates em torno da fotografia, quando ela surgiu, no século XIX. O uso de IA é irreversível.”

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Livro “Frankenstein”, de Mary Shelley, ilustrado pelo designer Vicente Pessôa (Foto: Reprodução) 

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Gilberto Perin citou o norte-americano Noam Chomsky (Foto: Pedro Antônio Heinrich/Banco de imagens) 

# Gilberto Perin, fotógrafo, diretor de cena e roteirista para séries e filmes, relembrou o norte-americano Noam Chomsky, que é linguista, filósofo e sociólogo, e o seu artigo opinativo para o The New York Times, juntamente com o professor de linguística Ian Roberts e Jeffrey Watumull, diretor de inteligência artificial de uma empresa de ciência e tecnologia. No artigo, os especialistas afirmam que sistemas de IA como o ChatGPT são incapazes de produzir um pensamento independente. Sendo assim, as respostas do chatbot não passariam de "algo como a banalidade do mal: plágio, apatia e obviedades". "Dada a amoralidade, falsa ciência e incompetência linguística desses sistemas, só podemos rir ou chorar de sua popularidade", escreveu Chomsky. Ao Insider, Chomsky acrescentou que se considera “cético” sobre como a IA poderia ser benéfica nos campos dos estudos, da arte e do trabalho criativo.