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Livro proibido

Exemplar do romance O Amante de Lady Chatterley (Foto: Reprodução)

# O resultado de ter aprendido a ler muito cedo e a busca dos mais variados autores e temas, sem censura doméstica, me proporcionou ler O Amante de Lady Chatterley aos 13 anos, quando passei a admirar o escritor D. H. Lawrence. O entusiasmo pelo texto resultou num confronto com os colegas do Anchieta, aos quais apresentei a obra num encontro. Repudiaram o relato e estraçalharam o livro em represália. Esta reação não foi muito diferente da ocorrida na Inglaterra vitoriana que vetou os escritos de Lawrence e condenaram a liberalidade sexual da personagem feminina.

# Até 1960, o texto de Lawrence seguia interditado na Inglaterra, época em que, com um documentário de Mathilde Damoisel a respeito das proibições, passou a ser tolerado pelo valor literário da obra. A Penguin Books tentou uma edição, mas as autoridades mostram-se irredutíveis, inclusive considerando a personagem feminina como “sedenta” por sexo o que não era aceito, ainda.

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O escritor D.H. Lawrence (Foto: Reprodução)

# Cathereine Millet, autora do livro Aimer Lawrence, da Flamarion, em 2017, escreveu: “Poucos escritores descreveram tão bem o orgasmo feminino”. Agora, em pleno poderio das mulheres, Lawrence passou a ter todas as considerações por saber definir o prazer feminino.

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Em 2006, foi lançado o longa Lady Chatterley (Foto: Reprodução) 

# Uma das descrições mais excitantes do relato é o encontro de Lady Chatterley e seu amante, o guarda caça do castelo em que ela morava com o marido, no campo. Ambos nus, quando ela se dispõe a florir os pelos pubianos do parceiro com pequenas flores.

# Uma edição em quadrinhos, no Brasil pela L&PM, confirma o novo status da obra de D. H. Lawrence.

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A versão em quadrinhos teve o texto original de D.H. Lawrence enquanto Hunt Emerson foi o responsável pela adaptação, roteiro e desenhos (Foto: Reprodução)