O México e seus mitos
María Félix: uma das Divas do México e admirada internacionalmente (Foto: Reprodução)
# Uma sucessão de emoções inesperadas assinalou minha chegada à cidade do México, onde fui com Waleska e Francisco Santos para visitar um evento de moda, em abril de 2002. Depois de visualizar a mega capital do alto, já era conhecida como uma das cidades mais populosas do mundo, desembarquei num dos aeroportos que considero entre os mais confusos em que já estive.
# Ao passar os olhos pelos jornais, todos tinham a foto de María Félix na capa, anunciando sua partida aos 88 anos. Conheci, então, a devoção popular aos seus mitos. Sendo do signo de Áries, ela morreu no mesmo dia do nascimento, 8 de abril.
# María de los Ángeles Félix Güereña, conhecida como María Félix, era uma atriz e cantora. Juntamente com Pedro Armendáriz e Dolores del Río - esta grande fascínio da minha juventude-, foi uma das figuras de maior sucesso do cinema latino-americano nas décadas de 1940 e 1950. Durante todo o período da minha temporada no México, os jornais falaram incessantemente de La Doña, como ficou conhecida depois de estrelar o filme Doña Bárbara (1943). Nascia a lenda.
María Félix foi estrela em filmes realizados em vários países, Inclusive participou de French Cancan, do diretor Jean Renoir, em Paris. Nunca se interessou em filmar nos Estados Unidos (Foto: Reprodução)
# Alguns de seus filmes de maior sucesso incluem Enamorada (1946), Río Escondido (1948) e Dona Diabla (1950). Foram ao todo 47 trabalhos em vários países de língua espanhola como México, Espanha e Venezuela. Porém, embora tenha aprendido francês para atuar em French Cancan, de Renoir, ela jamais demonstraria interesse em aprender inglês e partir para uma carreira nos Estados Unidos. Foi casada com Agustín Lara, que escreveu a música “Maria Bonita” durante a lua de mel deles, em 1945.
María Félix estampou o convite para o leilão de seu acervo, na Christie’s (Foto: Reprodução)
Trabalho de Antoine Tzapoff retrata María Félix e suas raízes mexicanas (Foto: Reprodução)
# La Doña teve várias residências, entre elas um apartamento em Paris, inteiramente decorado ao estilo Napoleão III. A Christie’s incumbiu-se dos leilões de suas coleções em julho de 2007. O resultado da venda foi de US$ 7,3 milhões, superando os US$ 6 milhões previstos anteriormente. O apartamento e peças de suas coleções podem ser vistos clicando aqui e aqui.
#A obra de Diego Rivera, "Estudo de María Félix", um retrato em carvão que mostra a atriz com um bebê nos braços, foi o terceiro lote mais caro do leilão, vendido por US$ 352 mil. Rivera, conquistador bem sucedido, apesar do físico, tentou namorar María Félix, sem sucesso.
O explorador Thor Heyerdahl comprovou as viagens dos egípcios e os possíveis contatos com as civilizações pré-colombianas (Foto: Reprodução)
# Poucos dias depois, os jornais anunciaram outra perda marcante, o explorador norueguês Thor Heyerdahl que fez viagens arqueológicas para testar suas teorias de como as viagens ao longo dos mares tiveram um papel importante nos padrões migratórios de culturas antigas. Em 1970, ele navegou ao longo do Atlântico, do Marrocos a Barbados, em um barco de junco chamado Rá II (por conta de Rá, o deus egípcio do Sol), para provar que os egípcios poderiam ter contato com os povos pré-colombianos das Américas. A notícia coincidiu com minha visita às fascinantes pirâmides do Sol e da Lua em Theotucan, no México.
# Considero o México um verdadeiro fascínio pela história de seu povo, miscigenação de várias raças, pela sua cultura e pelas personalidades do mundo das artes que viveram lá.
María Félix: beleza imortalizada pela música “Maria Bonita” de Agustin Lara (Foto: Reprodução)