Whatsapp

Notícias

Olhar sobre arte: Francisco Dalcol

Instalação “Assemblage”, da artista Deana Lawson, datado de 2021, integra a exposição “Collection”, do MoMA (Foto: Reprodução)

# Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS, dedica seu tempo à arte e à programação do museu. Devido à sua atividade pôde acompanhar algumas das realizações mais expressivas nos Estados Unidos. A seguir, reproduzo o seu relato.

# Em um ano de impedimentos que não me permitiram ver a Bienal de Veneza e a Documenta de Kassel, 2022 foi também o ano de uma viagem a trabalho renovadora aos Estados Unidos, que tive a oportunidade de realizar representando o MARGS e a Secretaria de Estado da Cultura. Foi pelo intercâmbio do Projeto de Digitalização do Acervo Documental do Museu, viabilizado pelo Fundo dos Embaixadores dos EUA para Preservação Cultural.

collection

Linoleogravura, sem título, de Kerry James Marshall, datado de 2021, também integra a exposição “Collection (Foto: Reprodução)

# “Collection”, no Museum of Modern Art — MoMA de Nova York. É fascinante a nova maneira com que o MoMA vem exibindo sua coleção desde a reabertura em 2019. Querendo se abrir para ideias, vozes e histórias mais plurais e diversas, o Museu repensou a exibição da coleção. Não abriu mão da cronologia nem dos cânones do passado — até porque a história da arte moderna “está lá”, as obras canônicas “estão lá” e há tremenda expectativa e mesmo exigência do compromisso público de que sigam em exibição, mas passou a estabelecer diálogos mais transversais e desafiadores. Orientando-se por três cronologias (1840-1940, 1940-1970 e 1970-presente), cada uma das mais de 50 galerias pode ser dedicada a um só artista, a um meio ou disciplina específica, a um momento e lugar específicos ou a uma premissa curatorial. Além disso, o MoMA tomou partido dos modelos de exposições rotativas, como tem acontecido em outros museus que vêm repensando o modo de exibir suas coleções, a exemplo do próprio do MARGS. Para conferir mais sobre a exposição “Collection”, clique aqui.

girl

Pintura a óleo intitulada de "Girl with the Red Hat, datada de 1669 (Foto: Reprodução)

# “Vermeer’s secret”, no National Gallery of Art de Washington. Pelas descobertas científicas que renovam e redimensionam nossa compreensão sobre Vermeer, investigando as técnicas e os procedimentos desenvolvidos e empregados pelo artista holandês, cujos efeitos de luz alcançados em suas pinturas figuram entre os mais fascinantes da história da arte. Para conferir mais sobre a exposição “Vermeer’s Secret”, clique aqui.

# “Mark Bradford — Pickett’s charge”, no Hirshhorn Museum de Washington. Pela monumentalidade da instalação que circunda um andar inteiro do Hirshhorn com materiais diversos empregados pelo artista, sem deixar de ser pintura e abordando conceitualmente questões de raça, classe e gênero.

manhattan

Obra titulada “Manhattan Bridge”, de Edward Hopper, datado de 1925-26 (Foto: Reprodução)

# “Edward Hopper’s New York”, no Whitney Museum of American Art de Nova York. Pelo acontecimento que esta exposição gerou, ao abordar a cidade de Nova York como uma referência sempre presente na obra de Hopper, tanto de modo mais imediato em suas cenas como em termos de memória, imaginação e experiência vivida. Para conferir mais sobre a exposição “Edward Hopper’s New York”, clique aqui

amadeus

Fotografia titulada “Icestorm”, de 2021 (Foto: Reprodução)

# “Wolfgang Tillmans — To look without fear”, no Museum of Modern Art — MoMA de Nova York. A enorme exposição do fotógrafo é um convite a compreender a fotografia como registro da realidade que cria outras realidades. Nosso olhar percorre fronteiras porosas e em deslocamento entre o que seria fato documentado ou cena dirigida, e é nessa desdefinição que seu trabalho se potencializa. Tudo amplificado pelo pensamento expositivo sobre o modo de instalação de seus trabalhos, com estratégias de montagem em justaposição que geram efeitos de constelações e mesmo de caleidoscópios na articulação das imagens. Para conferir mais sobre a exposição “To look without fear”, do fotógrafo Wolfgang Tillmans, clique aqui.

dalcol

Francisco Dalcol, diretor-curador do MARGS (Foto: Maciel Goelzer/Divulgação)