Óperas: talentos gaúchos

Débora Moretti, como João, e Marina Zanol, como Maria (Foto: Vitória Proença/Divulgação)
João e Maria
# As apresentações da ópera em três atos João e Maria no fim de semana ( dias 6 e 7) foi um belo encerramento das realizações da Secretaria de Estado da Cultura (SEDAC) e da Companhia de Ópera do RS (CORS). A concepção e direção cênica são da premiada diretora gaúcha Camila Bauer, com preparação corporal de Carlota Albuquerque e direção musical e regência de Gabriel Schirato, de São Paulo, frente ao elenco do Ópera Estúdio 2025 e da Orquestra Theatro São Pedro.

Adolfo Amaral interpretou, na estreia, a bruxa da clássica história infantil (Foto: Vitória Proença/Divulgação)
# Flávio Leite, presidente da CORS, abriu a apresentação de estreia comentando: "A ópera João e Maria, baseada no conto imortal dos Irmãos Grimm, é uma porta de entrada perfeita para crianças e adultos de todas as idades para o mundo mágico da ópera.” Acrescentou que “a bruxa não era tão má.”. Uma voz infantil manifestou sua opinião, comprovando a presença das crianças no vibrante espetáculo. Repleto de quadros, mantém o interesse da plateia que vibra até o final.

A montagem tem cenografia de Élcio Rossini e Pedro Girardello (Foto: Vitória Proença/Divulgação)
Prisioneira do Alto da Bronze

Yasmini Vargaz dá vida à pitoresca personagem porto-alegrense (Foto: Divulgação)
# Uma agradável surpresa a estreia da ópera inédita A Prisioneira do Alto da Bronze, baseada na história real de Nilza Linck (1923–2021). A obra, cantada em português, tem libreto de Pedro Longes e música de Jean Lopes Baiano. A montagem, da Cia Ópera Brasil, reuniu solistas, coro e a Orquestra de Câmara da Ulbra, sob regência de Tiago Flores, e direção cênica de Henrique Cambraia. A companhia atua há 13 anos e trabalha de forma independente. E já estão produzindo outro título de ópera inédito que será encenado em 2026. A estreia de A Prisioneira do Alto da Bronze foi com duas récitas na Associação Leopoldina Juvenil.

Yasmini Vargaz e Daniel Germano no bem encenado espetáculo (Foto: Divulgação)
# A ópera em dois atos narra a história de Elsa Laufer, interpretada por Yasmini Vargaz, também responsável pela direção artística, mulher livre e sonhadora, que vive reclusa após envolver-se com José Alfredo. Interpretado por Daniel Germano, cantor de múltiplas facetas, político influente e casado, que a seduz com promessas de amor e casamento jamais cumpridos. É o retrato musical de uma mulher que transforma a dor em voz e a desilusão em libertação. O espetáculo relembra uma construção icônica do Centro Histórico e uma história que mostra o espírito da época. A adaptação merece elogios. Não houve anúncio de novas apresentações, o que está sendo esperado.

A ópera tem dois atos com libreto de Pedro Longes e música de Jean Lopes Baiano (Foto: Divulgação)
# Os dois espetáculos comentados evidenciam o entusiasmo dos elencos formados, em sua quase totalidade por gaúchos, dedicados à arte da música e de interpretar. Merecem os aplausos e o prestígio da plateia porto-alegrense que pode usufruir uma variada programação.

Yasmini Vargaz entrega uma interpretação potente e marcante (Foto: Divulgação)
