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Papo de motorista

Os jornalistas Tânia Carvalho e Ivan Mattos com Mauro Castro, autor de “Taxitramas” (Foto: Bruna Castro/Divulgação)
O motorista e autor do livro “Taxitramas”, Mauro Castro, foi o entrevistado da última semana por Tânia Carvalho e Ivan Mattos, no encontro do Café no Ling. Além de histórias divertidas, Mauro revelou que a influência do escritor Caio Fernando Abreu, a quem transportava no período final de sua vida, determinou dedicar-se ao texto que publicou.Usuário de táxis e Ubers, desde a ocasião em que desisti de dirigir, tenho um saldo muito agradável das conversas com motoristas. Uma delas, no período do final da década de 1960 e início de 1970, em Paris, quando o taxista me surpreendeu com o questionamento: “Não acha um erro a estrada transamazônica que está sendo aberta pelo presidente Médici? A mim, preocupa muito.” Noutra ocasião, desembarcando em viagem de férias em Washington D.C., tomei um táxi dirigido por um colombiano, que rapidamente identificou meu sotaque brasileiro, passando a falar português. Ao saber da minha origem gaúcha, relatou-me temas da política nos pampas e seus governadores. Logo descobri seu trabalho anterior: funcionário da CIA a serviço no Brasil. Sem dúvida, uma trama de filme de espionagem...Na última semana, duas viagens de Uber me atualizaram em dois temas que me entusiasmam. Na primeira delas, o motorista Luiz Carlos Alves, entusiasta com as criações de cães, que se dedica à raça Boston Terrier, presenteou-me com o jornal Guri, edição do Kennel Clube RS. Tive oportunidade de ler o artigo do presidente do clube, Pedro Armando Ramos Lang, comentando os 75 anos do Kennel, que serão comemorados em março de 2020.Pouco depois, o motorista Dinho Rejane me proporcionou outro momento prazeroso, ao me botar a par do feito de outro membro do clã Gasparotto: o primo Johnny Gasparotto é exímio no skate e estava disputando uma prova em Canoas. Um dos meus sonhos atuais é a pratica de skate e o feito do parente me fez exultar.Continuando a conversa com Dinho, disse ele que considerava absurda uma das proposições de um dos aplicativos de transporte que possibilita ao passageiro a opção de não manter conversa com o motorista. O parceiro da viagem me relatou um fato ocorrido com ele, ao transportar outro viajante a quem ele se dirigiu e ouviu a resposta: ”Por favor, não falo com desconhecidos”. Dinho, desagradavelmente surpreendido com a grosseira prepotência, respondeu prontamente: “Por favor, desça do meu carro, pois não transporto desconhecidos...” Portanto, um bate-papo com novidades e humor. Valorizam os táxis e o Uber.
Motorista de histórias: Mauro Castro durante bate-papo do Café no Ling (Foto: Bruna Castro/Divulgação)