Perseverança nos sonhos
Paula Ramos: arte como principal estímulo (Foto: Pedro Antônio Heinrich/Banco de imagens)
# Paula Ramos (Caxias do Sul, 1974) é crítica, historiadora da arte e curadora, professora associada do Instituto de Artes da UFRGS, atuando na graduação e na pós-graduação. Assina diversas curadorias em arte moderna e contemporânea, além de ser autora e organizadora de várias publicações no segmento de cultura e artes visuais, com destaque para A madrugada da modernidade – 1926 (2006), A fotografia de Luiz Carlos Felizardo (2011), Walmor Corrêa – O estranho assimilado (2015) e Lenir de Miranda – Pintura périplo (2019). Suas pesquisas estão voltadas ao modernismo no Sul do Brasil, com ênfase nas relações entre artes visuais e cultura gráfica. É autora de A modernidade impressa – Artistas ilustradores da Livraria do Globo – Porto Alegre, contemplado com diversos prêmios, incluindo o Jabuti. Atualmente, realiza estágio de pesquisa pós-doutoral na Alemanha, com bolsa da referencial Fundação Alexander von Humboldt.
# Paula Ramos ministra, nesta quarta-feira (dia 28), uma palestra para o RGPL (Real Gabinete Português de Leitura), integrando o projeto “Cem anos, Dois Países e Uma Língua” que corteja intelectuais e artistas do Brasil e de Portugal cujo centenário foi comemorado em 2020. A fala está centrada nos artistas Nadir Afonso, de Portugal, que será apresentado pela pesquisadora Maria do Mar Fazenda, e Carlos Scliar, do Brasil, este apresentado por Paula. O evento inicia às 15h e será transmitido via YouTube, podendo ser visto clicando aqui.
Questionário de Marcel Proust
1. Qual o aspecto mais marcante de sua personalidade?
– Questão complexa, pois envolve não somente como eu percebo a minha personalidade, mas como os outros me fazem percebê-la... Partindo disso, creio que sou uma mistura de idealista, sonhadora e perseverante com teimosia, rigorosa e resiliente.
2. Qual sua principal característica?
– De um modo geral, sou perfeccionista no meu trabalho, o que também me traz frustrações, pois sempre acho que poderia ter feito melhor.
3. Qual seu passatempo favorito?
– Não creio que seja possível chamar isso de “passatempo”, pois é muito além disso. Mas, vamos lá: viajar. Adoro, simplesmente adoro viajar.
4. Se não fosse você, quem gostaria de ser?
– Nunca pensei sobre isso. Honestamente, sinto-me feliz sendo quem sou, com todos meus desafios. Na esteira, cito Fernando Pessoa: “Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou”.
5. Onde gostaria de morar?
– Onde atualmente estou morando: em Berlim.
6. Qual sua cor favorita?
– Vermelho.
7. Quem são seus escritores favoritos?
– Bem, escritores da área da literatura, para ficar claro: Elias Canetti, Fernando Pessoa, Virginia Woolf, Stendhal, Machado de Assis, Clarice Lispector, Hilda Hilst, Altair Martins, Leon Tolstoi e Thomas Mann.
8. Quem são seus compositores favoritos?
– Johann Sebastian Bach, Heitor Villa-Lobos, Tom Jobim, Paulinho da Viola, Vitor Ramil, Vagner Cunha, Caetano Veloso, Chico Buarque, Philip Glass e Dmitri Shostakovitch.
9. Quem são seus heróis na vida real?
– Os professores, sobretudo os professores de ensino fundamental e médio da rede pública, que, apesar da imperiosa desvalorização do sistema educacional e da própria carreira docente, seguem em sala de aula, acreditando no papel libertador da educação.
10. Que talento você mais queria ter?
– Gostaria de falar e escrever bem as línguas estrangeiras que já falo e escrevo mal.
11. Qual é seu estado de espírito atual?
– É uma mistura de tristeza, angústia e perplexidade diante do pesadelo que tomou conta do Brasil.
12. Qual é seu lema?
– A verdade liberta.
13. Na sua atividade, o que lhe proporciona maior motivação?
– A crença de que estou fazendo algo com amor e verdade e, sendo assim, essa energia igualmente tende a reverberar em mais amor e verdade.
14. Qual seria a maior realização em seu trabalho?
– Perceber que estou colaborando, de alguma forma, para tornar o mundo melhor.
Paula Ramos: temporada de pesquisas e estudos em Berlim (Foto: Fábio Del Re/Divulgação)