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Personagem da sociedade carioca

Recebi Ibrahim Sued em uma de suas visitas a Porto Alegre (Foto Arquivo Pessoal)

 

# Os 100 anos de nascimento do colunista Ibrahim Sued estão sendo relembrados com ênfase, comprovando que o êxito de sua carreira, de pouco mais de duas décadas, ainda repercute. Ele, de origem modesta e descendente de imigrantes, tinha um porte marcante e olhos verdes. Iniciou como fotografo revelando sua forte percepção da notícia. Fez a foto do político baiano, da União Democrática Nacional (UDN) Otávio Mangabeira beijando a mão do general e futuro presidente norte-americano Dwight Eisenhower, tirada em 1946. A imagem foi considerada um “furo”, pois evidenciava a atitude de subserviência do Brasil em relação aos Estados Unidos e ganhou a primeira página de O Globo.


Acompanhei Mauricio Sirotsky, um dos anfitriões do colunista carioca, juntamente com Ari de Carvalho (Foto Arquivo Pessoal)

Acompanhei Mauricio Sirotsky, um dos anfitriões do colunista carioca, juntamente com Ari de Carvalho (Foto Arquivo Pessoal)


# Depois, sua trajetória como colunista deslanchou com êxito, contando com a amizade de Roberto Marinho, senhor do grupo O Globo. Também colecionou opositores, e podia orgulhar-se de ser alvo constante do humor do irreverente Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, seu maior algoz. Quando Ibrahim noticiou que escreveria um livro a respeito de sua viagem a União Soviética, Sérgio sugeriu que o título fosse "000 Contra Moscou".Esse era o tempo em que James Bond fazia sucesso com o filme "007 Contra Moscou". Sugestão aceita, e "000" ficou. Mas Ibrahim levava com humor os ataques e mantinha suas observações em inglês trôpego e erros em português em suas aparições na TV. Criou um estilo próprio.


Em noite especial do Encouraçado Butikin Sued foi recebido por Pitty  Kessler. Estive na mesa juntamente com  José Garcia(Foto Arquivo Pessoal)

  Em noite especial do Encouraçado Butikin, Sued foi recebido por Pitty Kessler. Estive na mesa juntamente com José Garcia(Foto Arquivo Pessoal)


# Leal aos amigos e com senso de humor, Ibrahim era uma companhia agradável na vida social. Convivi bastante com ele nas visitas a Porto Alegre, que foram várias. Muito ligado a Regina e Gastão Wallauer, com encontros no exterior e nas vindas aos Pampas. Inclusive veio ao batizado de Bernardo Cardoso Wallauer, numa visita memorável em que teve jantar no Encouraçado Butikin, onde receberam Pitty Chaves Barcellos Kessler e Beto Kessler juntamente com Vera Corte Real Garcia e Urbano Chaves Garcia. Ibrahim deitou falações não muito ortodoxas e no dia seguinte, no almoço na morada de Yvone Renner Chaves Barcelos e Antonio Chaves Barcellos, chamada de “Clubinho”, na Ilha da Pintada, levou um “carão” de Yvi (como os íntimos tratavam a bonita e personalíssima anfitriã).

# Estas lembranças, que coleciono de muitas décadas de colunismo, poderão resultar num livro.


Regina e Gastão Wallauer tiveram encontros com Ibrahim, em em diversos endereços conhecidos da Europa, como o Maxim's, em Paris (Foto Arquivo Pessoal)

Regina e Gastão Wallauer tiveram encontros com Ibrahim em diversos endereços conhecidos da Europa, como o Maxim's, em Paris (Foto Arquivo Pessoal)