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Portela: sentimentos e religiosidade gaúcha

Vista da região do Areal da Baronesa, onde hoje fica o bairro Cidade Baixa (Foto: Divulgação)

 

# O anunciado desfile da Portela no Carnaval de 2026, com o enredo O Mistério do Príncipe do Bará — A oração do negrinho e a ressurreição de sua coroa sob o céu aberto do Rio Grande, levará para Avenida um dos personagens mais emblemáticos da história das religiões de matriz africana, Osuanlele Okizi Erupê, que no Brasil adotou o nome Custódio Joaquim de Almeida, Príncipe de Ajudá, também conhecido como Príncipe Bará, natural do Benin.


# O intelectual Carlos Galvão Krebs, cujas pesquisas precursoras foram importantes para esclarecer a história e influência das seitas afros na religiosidade gaúcha, dedicou parte de suas buscas a respeito de Custódio, Príncipe Bará.


# Custódio também é personagem do romance histórico Maya, da escritora e socióloga Hilda Simões Lopes, que estudou a vida do príncipe africano para escrever a obra. "Em Porto Alegre, ele se tornou muito amigo dos grandes políticos da época. Fazia curas, visitava e era visitado", diz a autora. O livro foi lançado na última semana em Porto Alegre e nesta sexta-feira (dia 27) o lançamento acontece em Pelotas, no Instituto Simões Lopes Neto.


# Ele teve longa trajetória nos pampas e em Porto Alegre. Conforme as narrativas, viveu boa parte do tempo no Areal da Baronesa, atual Cidade Baixa. Além das suas habilidades políticas e liderança espiritual, teve intensa vida amorosa e deixou descendência.


# Falando no Areal da Baronesa e seus personagens: vale relembrar que o primeiro Rei Momo negro de Porto Alegre foi Seu Lelé, Adão Alves de Oliveira, também conhecido como Rei Negro. Lelé foi o impecável e educado porteiro do Cotillon Club, do qual participei como diretor executivo.


# O desfile da Portela vai esclarecer a religiosidade gaúcha e também desmistificar o conceito racista. Salve Portela em 2026.


Custódio Joaquim de Almeida, Príncipe de Ajudá: figura marcante de Porto Alegre (Foto: Divulgação)