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Portinari e as cores do Brasil

O artista plástico Cândido Portinari (Foto: Reprodução)

# Uma mostra de qualidade incomum, “Portinari Raro”, está sendo apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro do Rio de Janeiro. São 54 obras, algumas jamais exibidas, com ampla diversidade de estilos. O curador Marcello Dantas incluiu trabalhos inspirados em balé, flores e infância entre paisagens e desenhos.

# São temas: Fauna, Paisagens Acidentais, Desenhos Infância, Carajá, Balé e Flores. Entre os trabalhos, “Fauna e Flora Brasileira” óleo sobre madeira de 1934, da coleção Roberto Marinho, fascinou-me desde a primeira vez que vi.

# Pertencia à coleção de Maria Henriqueta Marsiaj Gomes e seu marido Severo Gomes, cuja morada frequentei durante décadas, desde 1960, em São Paulo. Um dia fui surpreendido pelo comentário divertido de Severo Gomes. Empresário poderoso, foi convidado para ocupar os ministérios da Agricultura e posteriormente da Indústria e Comércio, tendo vendido o quadro para o jornalista Roberto Marinho. Perguntei qual a razão. Sempre com o seu humor inteligente - foi um dos defensores da abertura democrática durante a intervenção militar -, respondeu rindo: “Estava precisando de argent de poche”, expressão francesa que em tradução livre significa ter dinheiro para despesas menores. Meu entusiasmo pela magnífica pintura ditou a resposta: “ Então, eu preferia vender a casa, mas nunca o quadro que jamais poderá ser recomprado...”.

# Severo Gomes era entusiasta com as obras de arte e numa de suas visitas aos pampas conheceu o trabalho de Xico Stockinger. Adquiriu inúmeras esculturas para presentear os amigos de São Paulo e do Rio de Janeiro, entre eles o professor Pietro Maria Bardi, diretor do Museu de Arte de São Paulo. Tornou Xico conhecido nos meios artísticos e de colecionadores do centro do país.

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“Fauna e Flora Brasileira”, óleo sobre madeira, 1934 (Foto: Reprodução)