Realidade além das aparências
O livro “Sonia Ebling: A Natureza da Criação”, uma das obras de Jacob Klintowitz, cuja produção literária é de 188 textos a respeito de artistas (Foto: Divulgação)
# Jacob Klintowitz (1941. Porto Alegre, RS), escritor, crítico de arte, curador, editor de arte, é autor de 188 livros sobre artistas, teoria da arte, antologias, livro de artista e ficção. Escreveu mais de 3.000 artigos e colunas publicadas na Tribuna da Imprensa, do Rio de Janeiro, Jornal da Tarde, de São Paulo, e no Telejornalismo da TV Globo. Por quatro vezes foi premiado e distinguido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte por sua atuação. Da Faculdade Nacional de Direito recebeu a Comenda da Resistência Cidadã por sua intransigente defesa da liberdade de expressão. Foi Curador do Espaço Cultural Citi e do Museu Brasileiro de Escultura. Têm sido Curador de dezenas de exposições no Brasil e no exterior. Entre os seus livros mais importantes, destacam-se "A cor inexistente e o aprendiz do novo", "Vicente do Rego Monteiro. Um olhar sobre a década de 60" e "Da arte e de 22 artistas brasileiros. Uma antologia".
Jacob Klintowitz: intensa convivência com a arte (Foto: Danielle C. Klintowitz/Divulgação)
# Tem sido Curador de importantes de mostras de arte, entre outras:
- Curador exposição Marcelo Grassmann;
- Curador exposição Israel Pedrosa;
- Curador exposição de Ivald Granato;
- Curador de exposição de João Câmara. SESC Pompéia e Museu de Charlottenborg, Dinamarca;
- Curador de exposição de Siron Franco;
- Curador de exposição Shoko Suzuki;
- Curador de exposição Xico Stokinger;
- Curador de exposição Cesar Romero;
- Curador de exposição de Antonio Peticov;
- Curador exposição Coleção Guita e José Mindlin- Gravuras e matrizes. Centro Cultural FIESP;
- Curador da Bienal das Artes-2016 SESC Brasília;
- Curador exposição de Victor Brecheret inaugural do Museu Brasileiro da Escultura;
- Curador da exposição “Ritmos e Formas”, Museu de Charlorttenborg, Dinamarca e Sesc Pompéia;
- Curador exposição “A cor na arte brasileira”, Masp- Museu de Arte de São Paulo;
- Curador exposição “Os novos viajantes”, SESC Pompéia
- Curador da exposição “A ressacralização da arte”. SESC Pompéia;
- Curador da exposição "Um século de Escultura no Brasil" (em co-autoria com Pietro Maria Bardi), Museu de Arte de São Paulo SESC Pompéia;
- Curador da exposição "Espaço Francisco Brennand", exposição na II Bienal Barro de América, Caracas, Venezuela. Museu de Arte Contemporaneo Sofia Ímbert.
Questionário de Proust
1. Qual o aspecto mais marcante de sua personalidade?
– Tolerância e tenacidade. Tenho imensa tolerância com opiniões, comportamentos sexuais, etnias, percepções da realidade. E tenacidade, pois tenho capacidade de concentração, foco e não desisto nunca.
2. Qual a sua principal característica?
– Lealdade e sagacidade. Tenho fidelidade aos amigos. As minhas amizades duram a vida inteira. E tenho a convicção de que eu entendo a linguagem das pessoas, os códigos artísticos, a trama secreta que se esconde abaixo da aparência.
3. Qual o seu passatempo favorito?
– A leitura, as artes visuais, os programas de entrevistas, os noticiários, a conversa amiga.
4. Se não fosse você, quem gostaria de ser?
– Pablo Picasso. Se fosse impossível, Ingmar Bergman. Se também isso fosse impossível, Federico Fellini.
5. Onde gostaria de morar?
– Paris. Na impossibilidade, se Paris estiver superlotada, Nova York.
6. Qual a sua cor favorita?
– Violeta. Entre as cores manipuladas pelo ser humano, a "cor inexistente", resultado da refração cromática.
7. Quem são os seus escritores prediletos?
– Jorge Luis Borges, Tchekov, Franz Kafka, Truman Capote, Ernest Hemingway, Marguerite Yourcenar, Thomas Mann, Miguel de Cervantes, Bashô, Moritake, Machado de Assis, Philip Roth, Oscar Wilde, Georges Simenon, Clarice Lispector, Shakespeare, Sergio Faraco, Mário Quintana, Cecília Meireles, João Cabral de Mello Neto, Ray Bradbury, Philip K. Dick, Paul Verlaine, Raissa Cavalcanti, Giovanni Papini, Italo Calvino, Jacques Prévert, Norman Mailer, Sófocles, Esquilo, H.G Wells, Bernard Shaw, Robert Louis Stevenson.
8. Quais são os seus compositores preferidos?
– Mozart, Beethoven, Debussy, Bach, Tom Jobim, Cartola, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Chico Buarque de Holanda, Pixinguinha, Heitor Villa-Lobos, Brahms, Ira Gershwin, Dorival Caymmi, Noel Rosa, Martinho da Vila, Edu Lobo.
9. Quem são os seus heróis na vida prática?
– Federico Fellini, Jorge Luis Borges, Harold Bloom, Israel Pedrosa, Paul Klee, Herman Hesse, Constantin Brancusi, Ingmar Bergman, Tom Jobim.
10. Que talento você mais queria ter?
– O que me falta muito, talento empresarial.
11. Qual o seu estado de espírito atual?
– Vivo uma bipolaridade emocional. Estou entusiasmado, com tanto trabalho a realizar, com o domínio expressivo na minha atividade, com o conhecimento acumulado, com o conhecimento das grandes figuras da história da humanidade. Estou muito preocupado com o meu país, com a peste dominante, a quantidade de mortos, com o descalabro administrativo, com o futuro que se prenuncia dramático.
12. Qual é o seu lema?
– Menos atualidade, mais eternidade. O afeto em primeiro lugar.
13. Na tua atividade, o que te proporciona maior motivação?
– Originalidade. Fazer e me debruçar sobre a obra de um verdadeiro talento. E, antes de qualquer coisa, escrever. Nada me motiva mais do que escrever uma frase cujo som comova a minha alma.
14. Qual seria a maior realização no seu trabalho?
– Conseguir organizar a minha produção e criar uma estrutura orgânica com ela. Escrevi 188 livros, 3.000 colunas e artigos, centenas de ensaios. Gostaria de ter tempo para organizar esse material como uma grande antologia da arte e da cultura brasileira. Tenho deixado isso para depois. De repente, me dou conta que o tempo é rápido, voa, desaparece.
Jacob Klintowitz : relato a respeito da arte e da cultura (Foto: Danielle C. Klintowitz/Divulgação)