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Recordando o Cotillon Club

Figura marcante: Breno Caldas (Foto: Reprodução)

# O charmoso Cotillon Club, iniciativa de um grupo elegante que desejava um espaço para jantar e danças, voltou ao noticiário com a matéria de Marcello Campos, nesta semana, para o Jornal do Comércio.

# Depois da mudança para a Rua da Praia, fui convidado para assumir a diretoria executiva do clube durante um período em que ainda sobreviveu a animação nos salões frequentados por nomes conhecidos.

# Entre as presenças marcantes no clube, o jornalista Breno Caldas que ia apenas para almoçar algumas vezes por semana. Tive oportunidade de conviver com o jornalista que dirigia a empresa Caldas Junior e concentrava grande poder nacionalmente. O Correio do Povo, juntamente com o Jornal do Brasil, Estado de São Paulo e o Jornal do Commércio, de Pernambuco, eram considerados os mais importantes do país. O jornalista Breno Caldas, que alternava os seus almoços entre o restaurante do City Hotel e Cotillon Club, chegava normalmente sozinho e trazendo um exemplar do Correio do Povo, que lia atentamente, conferindo inclusive as páginas de anúncios. Muitas vezes me convidava para acompanhar sua refeição, quando tive oportunidade de uma maior convivência com o jornalista, que no Correio era chamado de Dr. Breno. Havia conhecido Dr. Breno no dia em que fiz o exame de admissão no Colégio Anchieta. Ele acompanhava ao filho, Francisco Antônio, para igualmente prestar exame. Iniciamos uma convivência que se tornou mais próxima no período em que fui funcionário da Companhia Caldas Junior.

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Modelo Hispano-Suizo (Foto: Reprodução)

# Entre os temas de nossas conversas, comentava com entusiasmo seu interesse por carros antigos. Um dos relatos foi a respeito do protótipo Hispano-Suiza, de uma empresa de Barcelona, Espanha, que produziu carros esportivos de luxo. Comentava seu entusiasmo pelo carro que pertencia aos irmãos Silva, milionários da época de sua mocidade, que residiam nas proximidades de sua casa, na Rua Marechal Floriano. Já adulto e à frente da empresa da família, adquiriu o desejado carro do alfaiate Meconi, cujo atelier na Rua da Praia era frequentado pela elite da época. O mestre da moda masculina havia recebido o carro como pagamento de dívidas e repassou ao jornalista que o conservava em uma garagem especial no seu haras Arado.

# Fernando Collor, no período da juventude em que veio passara uma temporada em Porto Alegre, pois precisava ausentar-se de Brasília, foi assíduo no Cotillon Club. Seguidamente, jantava lá, acompanhado por Márcia Adami, por quem teve uma paixonite.

# Um personagem inesquecível, entre outros funcionários, foi Adão Alves de Oliveira, o classudo porteiro negro de quase dois metros de altura e impecável na sua atividade. Bem educado e de postura sempre correta, colaborou no casamento de uma querida amiga que escolheu fazer a cerimônia na Igreja das Dores. No dia do casamento, como ocorre seguidamente em Porto Alegre, começou a chuva pela manhã. A solução sugerida por mim foi convocar Lelé para acompanhar a noiva, levada pelo pai, na subida da escadaria, protegendo os dois com um grande guarda sol. Assim foi na subida e no retorno, já então pelo braço do marido. Uma cena atípica com estilo e elegância incomuns.