Valorização da arte missioneira

A apresentação da imagem de Santa Barbara Missioneira, que seria nesta sexta-feira (dia 4), data em que lhe são dedicados festejos, foi adiada até que o Estado retome a bandeira laranja (Foto: Divulgação)

# Santa Barbara tem a data de 4 de dezembro dedicada à sua celebração - mas por conta da pandemia foi adiada. Os festejos serão realizados na abertura da exposição em que será apresentada uma imagem de Santa Barbara Missioneira no Museu Municipal Dr. José Olavo Machado, de Santo Ângelo.

# A imagem foi estudada e restaurada pelo Grupo de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da PUCRS, coordenado pelo professor Dr. Edison Hüttner. Sua recuperação, como no anterior trabalho relacionado ao Querubim, recentemente levado para o museu, teve a participação da artista plástica Carla Rigotti, responsável pelo setor de restauração do MCT da PUCRS, contando com Claudio Lopes Preza Junior, doutorando do curso de Pós-Graduação em História. Igualmente, foi tratada previamente com o aparelho de Luz Ultravioleta C, desenvolvido pelo odontologista Eder Abreu Hüttner.

A imagem da Santa Barbara Missioneira antes do restauro (Foto: Divulgação) 

Santa Barbara Missioneira foi plenamente recuperada (Foto: Divulgação)

# Santa Barbara nasceu em Nicomédia (Bitínia) em 280 d.C. e martirizada em 317 nesta mesma cidade. Ainda jovem, em Nicomédia, se converteu ao Cristianismo. Seu pai Dióscoro, era viúvo e tinha toda atenção na filha. Fez uma torre para proteger Barbara quando saía de viagem, pois pretendia um casamento nobre para a filha. Ao saber da conversão de Barbara, mandou trancá-la definitivamente na torre. Ela fugiu da torre para visitar os doentes e escravos. Diante dos juízes, não renunciou ao Cristianismo. Furioso, Dióscoro ordenou que os soldados a chicoteassem em praça pública. Depois degolou-a com sua própria espada. Mas, imediatamente um raio atingiu Dióscoro, matando-o fulminantemente. Por este motivo, Santa Barbara é a protetora contra as tempestades. Por seus méritos, é invocada “(...) contra os perigos dos raios, trovões, explosões, etc., e tornou-se a padroeira do Corpo de Bombeiros, Mineiros e Artilheiros”. É festejada na Igreja Católica Romana e na Grega Ortodoxa. No sincretismo afrocatólico, Santa Barbara está associada ao orixá Iansã, também chamada de Oyá: orixá feminino dos ventos, dos relâmpagos, raios, “(...) dona dos espíritos dos mortos”. A saudação é Eparrei! Elemento natural: raios, cores das roupas e colares: vermelho-escuro ou branco. Salve Santa Barbara/Iansã.

Édison Hüttner, historiador e professor da PUCRS (Foto: Reprodução)